30.3.08

Sobre a Arte do Festejo

Dos "Avatares de um Desejo" de Bruno Sena Martins (http://avatares-de-desejo.blogspot.com/), fomos roubar esta pérola de cultura futebolística sobre a arte de bem festejar e o handicap que infelizmente ainda revela nesse campo o nosso herói da biqueirada ao esférico, Cristiano Ronaldo (o original: http://avatares-de-desejo.blogspot.com/2008/03/ronaldo.html)
E a cópia:
«Após marcar um golo, Ronaldo hesita sempre entre a euforia, a pose majestática, a encenação da serenidade, e a comunhão colectiva. Como Cantona demonstrou, a pose majestática deve ser usada nuns poucos golos fantasmáticos e, sob nenhuma circunstância, desbaratada com golos de ressalto. Como Thierry Henry demonstrou (nos tempos do Arsenal), a encenação da serenidade exige uma stasis facial anatomicamente preparada. Quanto à euforia, ou bem que se tem um salto acrobático no portfolio ou mais vale rebolar e esbracejar, como uma criança, ao estilo do Inzaghi, um rapaz que tanto tempo depois continua à beira de um ataque cardíaco cada vez que põe as redes abanar. Já a comunhão colectiva exige que a diluição do heroísmo individual, no meio dos abraços suados, tenha um mínimo de sinceridade proletária, algo ao alcance de um Rooney, por exemplo.A Ronaldo não só falta uma escola estilística na hora de festejar o golo como, com tanto golo para ensaiar, mistura as escolas sem critério e chega ao extremo de passar por toda a paleta performativa num mesmo festejo (as caretas são uma inovação atroz). Ronaldo não é ainda um jogador completo.»

E para celebrar este post (que é um hino) o Gume sugere os seguintes festejos:



Sharapova no seu melhor...

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