Porque todo o blog que se preza (e que é prezado) fala nisso (de um ou de outro modo), o Gume vem satisfazer a vontade geral e debruça-se também, por algum tempo, sobre o Caso Dámutelemóbeljá (http://www.youtube.com/watch?v=5jubEHdCzYI). Consideremos:
A Educação não é um valor per se, mas um comportamento. Não há valores em si, ou por si, nada é intrínseco às coisas senão talvez a matéria que têm e às pessoas senão talvez os genes. A imanência é um mito. A permanência é fruto da vontade ou da falta dela. A permanência de algo é por isso resultado de uma acção continuada ou da ausência continuada da vontade de agir. Tudo se transforma.
A Educação não é um valor per se, mas um comportamento. Não há valores em si, ou por si, nada é intrínseco às coisas senão talvez a matéria que têm e às pessoas senão talvez os genes. A imanência é um mito. A permanência é fruto da vontade ou da falta dela. A permanência de algo é por isso resultado de uma acção continuada ou da ausência continuada da vontade de agir. Tudo se transforma.
Os valores alteram-se. Os valores deturpam-se. Os valores corrompem-se. Os valores têm modas como as roupas e estações como a Primavera ou o Outouno. Os valores são relativos.
O comportamento não tem outro remédio senão ser o que é, isto é, o que mostra.
Neste caso tão polémico quanto ridículo (que não é senão uma ponta do icebergue do atraso da vida social e intelectual portuguesa), todos somos responsáveis. e todos temos algo a fazer.
Erradicar este comportamento não apelar à Ética, aos antigos valores, às tradições, nem fazer sermões. Erradica-lo, é tomar medidas, comuns à Escola do Bairro e à Escola da Vida: é cada um, por si (e em si) mudar o seu modo de agir. A acção é a melhor imanência que conheço (por não ter nenhuma).
À aluna, faltou vergonha (que é um modo de agir); aos pais, empenho; à professora, personalidade, discernimento - e um Ministério (Docente) decente a apoiar o seu trabalho com medidas visíveis e práticas e funcionais; aos colegas, iniciativa apaziguadora; e ao jovem realizador do telefilme difundido no youtube que deu origem a todo este zunzum, por dar longo discurso dizer o que faltou, deixo, no mínimo, estes 3 conselhos:
1- Tire um curso de dicção: essa forma de dizer as palavras é horrível (e não me refiro ao sotaque nortenho).
2 - Não falte às aulas de português e preste-lhes atenção: está seriamente a precisar delas.
3 - Tire um curso de realização: os ângulos de filmagem são deploráveis e a sua técnica de orientação da restante equipa de filmagem é de uma nulidade absoluta - não há elegância, não há oportunidade (sentido de), não há pertinência, não há rigor técnico, não há sobriedade, não há inteligência, não há sensibilidade, não há Arte, não há...
Educação...

..bmp)
4 comentários:
Pois claro que tenho de comentar este... e tu sabes disso! :)
Gostei do teu post mas atrevo-me a acrescentar que tb o que falta é, à sociedade em geral... conhecer o que dizem as ditas leis sobre o estatuto do aluno e aí percebe-se a posição da professora... enfim...
Numa sociedade em que os papás tratam os meninos por você, pedem a opinião dos meninos para tudo e são mal tratados (e sempre por tu... com outros nomes à mistura...) tudo me parece natural.
Passámos da sociedade em que se tinha uma catrefada de putos e lá havia um bom, outro assim assim e passámos para a asociedade em q só se tem 1 que tem de corresponder ao ideal... é o máximo para os papás... um herói! Mesmo que seja um sacanóide...
Sarita, de facto, não esperava neste post outra coisa senão o teu comentário que é, como sempre, bem vindo, atento e informado. Manda-me se puderes qq coisa com esse estatuto. Gostava de lher pôr a vista em cima - não me cheira que seja grande bisca. Quanto ao resto, nao posso concordar mais contigo, infelizmente...
Eu da minha parte acho que o trabalho do realizador foi claramente prejudicado pelo público... ou seriam actores? É que realmente não há como filmar com tanta gente há frente, a querer aparecer, como se de um "emplastro" se tratasse. Enfim, as condições não favoreceram o(s) artista(s).
É uma desculpa razoável e sem dúvida que dificulta o trabalho. Mas sejamos sinceros, Pedro, não há emplastro que explique realização tão ruim!!! É que é mesmo pobrezinha, pá! Nem deu para encomendar as pipocas!!!
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