31.3.08

Enigmas do Amor, esse Egoísmo!...

Alimentas-me o espírito: não há dúvidas.
Alimentas-me o corpo: não há dúvidas.
E eu, com o meu espírito, alimento-te o espírito: não há dúvidas.
E eu, com o meu corpo, alimento-te o corpo: não há dúvidas.
O que quer dizer… há certezas…
Então porquê esta dúvida?

Eu Luto Pelo Luto!

O Gume apresenta a Lista da Pobreza.
Chegou-nos por e-mail a Lista deAposentados (estatais) no ano de 2005 (Janeiro a Novembro) com os valores das "pensões de miséria" (como disse o nosso Almeida Santos) que recebem os nossos políticos depois dos imprescindíveis e valorosos serviços prestados à pátria lusa e, consequentemente, a si, caro Gumoleitor!
Esta lista de 2005, provando-se um bom hábito, alargou-se e consagrou-se de modo excepcional em 2006, podendo, para os invejosos (maus! maus!) mais curiosos, ser consultada em: http://www.cga.pt/publicacoes.asp?O=3
Eis então um pequeno trecho da malfadada lista:
Janeiro
Ministério da Justiça
€5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Março
Ministério da Justiça
€7148.12 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
€5380.20 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5484.41 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Empresas Públicas e Sociedades Anónimas
€6082.48 Jurista 5 CTT Correios Portugal SA
Abril
Ministério da Justiça
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5338.40 Procurador-geral Adjunta Procuradoria-Geral República Antigos Subscritores
€6193.34 Professor Auxiliar ConvidadoMaioMinistério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
€5460.37 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5338.40 Procuradora-Geral Adjunta Procuradoria-Geral República
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Junho
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro Supremo Tribunal Administrativo
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
Julho
Ministério da Justiça
€5182.91 Juiz Direito Conselho Superior Magistratura
€5182.91 Procurador República Procuradoria-Geral República
€5307.63 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Agosto
Ministério da Justiça
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservadora Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5043.12 Notária Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Conservador 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5027.65 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5173.46 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5173.46 Notário Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5159.57 Conservador Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Ajudante Principal Direcção Geral Registos Notariado
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€ 5173.46 Notário 1ª Classe Direcção Geral Registos Notariado
€5173.46 Notária Direcção Geral Registos Notariado
Setembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
€7284.78 Vice-Cônsul Principal Secretaria-Geral (Quadro Externo)
€6758.68 Vice-Cônsul mdash; Secretaria-Geral (Quadro Externo)
Ministério da Justiça
€5663.51 Juiz Conselheiro do Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador do Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador do Conselho Superior Magistratura
Ministério da Educação
€5103.95 Presidente Conselho Nacional Educação
Outubro
Ministério da Justiça
€5498.55 Procurador-Geral Adjunto Procuradoria-Geral República
Novembro
Ministério dos Negócios Estrangeiros
€7327.27 Técnica Especialista Secretaria-Geral (Quadro Externo) Tribunal de Contas
€5663.51 Presidente Ministério da Justiça
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
€5663.51 Juiz Conselheiro Conselho Superior Magistratura
€5498.55 Juiz Desembargador Conselho Superior Magistratura
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
€5015.16 Professor Coordenador Inst Superior Engenharia Lisboa
«Boas Vidas!!!», dirão os mais mesquinhos. Mas pensarão eles, por acaso, ao fazerem tais comentários, nos sacríficios que fazem estes nobres senhores que nos governam, para terem direito a estas "regalias"? É merecido, dizemos nós! É merecido! Porque estes nossos políticos, autênticos heróis, se acham com frequência (e uma incoveniência enorme) longe das suas mulheres e amantes habituais (ou maridos e amantes), longe dos/as seus/suas filhos/as (próprios/as ou alheios/as), longe do seu bem amado país (por exemplo nas Caraíbas, nas Bahamas, nas Maldivas, em Ibiza), forçados a guardar o seu capital (que eles queriam colectivo, para o proteger, por obrigação, dos olhares gulosos dos fracos de espírito) em contas lá além na Suiça ou em off-shores horrivelmente longínquas e rentáveis, compelidos, contra sua vontade (porque são gente simples adepta dos ideias budistas) a viver imersos no luxo, no snobismo, na artificialidade bujuda da opulência, constrangidos a saborear a preguiça recompensada (o que contraria princípios cristãos profundamente enraizados) e o mais desinteressado e essencial bem-estar.
É portanto a inveja dos fracos que está mal e não a justa recompensa dos fortes e bons.
Exemplos desta perspectiva (ou melhor, realidade) não nos faltam. Note-se, a título ilustrativo:
Com as eleições legislativas de 20 de Fevereiro, metade dos 230 deputados não foi reeleita. Os que saíram regressaram às suas anteriores actividades.E foi com tristeza, estamos certos, que o fizeram. Porque a lei, sempre inconveniente, para além de os privar da remissão do serviço público, os força, ao terminar o exercício das suas funções (falamos essencialmente de deputados e governantes) ao escandaloso direito de receber um subsídio dito de"reintegração."
Passamos já a apresentar os valores desse subsídio, antes deixamos esta nota importante - a lei de que falamos foi aprovada por estes deputados corajosos que com ela se prejudicam em nome de um ideal maior do que qualquer materialidade. A lei é-lhes penosa, mas pelo bem do prestígio de quem trabalha para outrém, eles aplicam-na implacavelmente para, com a adequada imagem de requinte, poderem ainda, por via da passividade inútil da sua existência de emplastro, continuar a servir a Nação. Não sei, Gumoleitor, de maior nobreza do que esta.
Anotadas as impressões filosóficas, passemos à matemática:
Deve pagar-se um mês de salário (3.449 euros), por debutado/ homem de estado, por cada seis meses de Assembleia ou governo.Desta maneira um deputado que tenha desempenhado as suas funções durante uma Legislatura recebe seis salários (20.694 euros). Se o tiver feito durante10 anos, recebe vinte salários ( 68.980 euros). Feitas as contas aos deputados que saíram, o Erário Público desembolsou mais de 2.500.000 euros. No entanto, há ainda aqueles que têm direito a subvenções vitalícias ou pensões de reforma ( mesmo que não tenham 60 anos). Estas são atribuídas aos titulares de cargos políticos com mais de 12 anos (de serviço, entenda-se, não de idade - estamos a falar de tempo de funções desempenhadas e não [como também se aplicaria] de claridade mental).
Entre os ilustres reformados do Parlamento encontramos figuras como:
Almeida Santos....... ......€4.400
Medeiros Ferreira................. €2.800
Manuela Aguiar.....................€2.800
Pedro Roseta............ ...........€2.800
Helena Roseta. .................... €2.800
Narana Coissoró.................. €2.800
Álvaro Barreto................... €3.500
Vieira de Castro ...................€2.800
Leonor Beleza........................€2.200
Isabel Castro........................ €2.200
José Leitão........................ €2.400
Artur Penedos........................€1.800
Bagão Félix............................ €1.800
Quanto aos ilustres reintegrados, encontramos, por exemplo, os seguintes ex-deputados:
Luís Filipe Pereira............€26.890/9 anos de serviço
Paulo Pedroso .. ......€48.000/7 anos e meio de serviço
David Justino .......... €38.000, euros/5 anos e meio de serviço
Mª Carmo Romão ... €62.000/9 anos de serviço
Luís Nobre Guedes . €62.000/9 anos e meio de serviço
A maioria dos outros deputados que não regressa, isto é, apenas da última legislatura (3 anos), tem por esse esforço direito (sagrado!) a cerca de €20.000 cada .É por isto que, bem, estes heróis nos pedem (de acordo com o seu estóico e desinteressado exemplo) SACRIFÍCIOS, de modo a DEBELAR "A CRISE".
O Gume considera importante que Portugal saiba COMO SE GOVERNA QUEM GOVERNA. E, para dar tal prova, não mostrou senão um "teaser-trailer"de todo o filme actual que, pelo drama e suspense em que se envolve, suscita o maior entusiasmo. Porque, caro Gumoleitor, HÁ MUITO MAIS...
Assim,
BASTA DE MESQUINHEZ!
LUTE PELO SOSSEGO DO POLÍTICO PERSEGUIDO PELA INVEJA,
PELEJE PELA PAZ DO POBRE QUE NOS SERVE!
E EM NOME DESSE IDEAL, PROPOMOS:
Dias 21 e 22 de Maio use BLUSA /CAMISA PRETA e ponha um PANO PRETO NA JANELA.
AJUDE ESTA CAUSA!
NOTA:
Este post serve apenas propósitos didáticos e não visa senão o termo irreversível da futilidade Humana e da fraqueza de espírito da população portuguesa que previligia o material face ao espiritual (coisa feia!, vergonha! provincianismo!). Para que a Moral e a Decência voltem às nossas casas (e apenas por esse fim valoroso), pedimos (para todos e não só para nós):
ADIRA À RECTIDÃO,
DIVULGUE ESTE POST O MAIS QUE POSSA!!!
Se enviar este post a 10.000.000 de pessoas, o Gume não lhe roga pragas e deseja-lhe tudo de bom - mas sem materialismos!

Musica II - Reinventando Drummond


Uma coisa triste no fundo da sala.
Disseram-me que era Chopin.
- «Encantador» – respondi secamente; e recostei-me...
O meu interlocutor falou então de um desgaste quotidiano,
Vaticinou que esta vida é uma porção de deveres,
Estabeleceu metereologias e furores de dentro e fora da alma,
Relacionou sistemas e culturas com os calabouços do Homem,
Argumentou que as estrelas são simples candeeiros esquecidos pelos deuses
Quando há muitos anos se deitaram para dormir para sempre...
Constatando, enfadado, que eu nada dizia,
Perguntou caçoando o bigode o que eu achava...
Eu considerei as contas que era preciso pagar,
Os passos que era preciso dar,
As dificuldades…
Tudo parecia tão pesado,
Tão complexo,
Tão inútil...
O que havia a dizer?
Assim,
Enquaderei o Chopin na minha tristeza
E adormeci,
Deixando ao homem do sonho a responsabilidade de pagar todas as dívidas
E ao meu aborrecido interlocutor
O copo de gin ainda por beber
Que talvez guardasse essa resposta
Que eu não soube
Não quis,
Não pude dar…

Este País Não É Para Novos

Desemprego, pobreza, precariedade, ignorância, corrupção, passividade, educação e saúde em situações miseráveis, insegurança, escândalos, desiquilíbrios, falta de saídas (profissionais ou não), de evolução, de sentido de aproveitamento da vida...
E no Jornal de Negócios (Online - hoje 31/03/08) esta notícia:

"A Portugal Telecom deu prémios a alguns trabalhadores e gestores pela vitória na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Sonaecom. Só os administradores receberam 4,98 milhões de euros por terem derrotado a oferta."


E para o Gume, não há nada??? Nós contribuímos para essa vitória!! Não me lembro como, mas nós contribuímos! (Por exemplo a dar o couro dia a dia - o couro dos melhores anos...)


A Eterna Ingratidão deste país! Tudo se faz por pensões e muletas - Está claro que não foi feito para os jovens...

Queixume da Alma Segundo Rimbaud - Original e Tradução

Oisive jeunesse,
À tout asservie,
Par délicatesse
J'ai perdu ma vie…
..............

Juventude alada,
De tudo cativa,
Por ser delicada
Perdi minha vida…

Sinal de Alarme - O Parlamento Adoece (Verbo em Sentido Activo e Transitivo)

Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, veio publicamente elogiar Alberto João Jardim, salientando as suas (de João Jardim) capacidades como Don (perdão Chefe, aliás, Presidente) do Governo Regional da Madeira, e fazendo notar o que crê serem grandes qualidades no governo(passo a repetição) que um dos nossos mais queridos bufões tem levado a cabo nessa ilha.
Do ponto de vista político, social e Humano, o Gume aplaude em Jaime Gama o exercício democrático do seu direito à opinião.
Do ponto de vista da saúde pública, o Gume está preocupado e aconselha aoPresidente da Assembleia um bom manicómio.
Há anos que o dizemos, mas não nos dão ouvidos: é evidente (cada vez mais evidente), que o Parlamento não faz bem a ninguém (dentro ou fora dele) -
"A DEMOCRACIA É O PIOR DE TODOS OS SISTEMAS COM EXCEPÇÃO DE TODOS OSOUTROS".

Love Hound

Strange!,
Always too late,
Purchasing our fate,
Drinking our hate,
Afraid
Of our sounds…

Why?
Why must we die,
Collecting lies,
Lied
Down on the ground?

Hope
Is thinner and colder
As I’m growing older
Over n’ over,
Leaving my crown.

You,
Are my blood and air
My only despair,
My vanity fair
I’m out of my bounds,

Woman,
I’m your hound,
Woman,
I’m your ground,
Always your ground.

A vein
Has blown away
But we’ll restrain
Our wounded sounds;

I’m blamed,
My love’s a flame,
Under your name,
I’m your clown.

It’s a shame
This stupid game,
When all’s so vain…
What have we found?

It’s a way
Of bareing pain,
We’ll drink to «heys!»
And we’ll drown…

Hey!,
Life has many faces,
Hate blames you for blaming,
You’re burning,
You’re put out.

Forget,
All memory’s regret,
Smoke your cigarette,
Bet,
And lay down.

I play,
But luck’s far from my way,
I loose everyday,
But hey!,
That’s what’s fun about it!

Oh, I,
I see only you
And you despise only me,
And all that you see
All around.

Don’t mind that bitter in your mouth,
Don’t mind those eyes of sphinx that know no joy
I am a vagabond, I wonder all about
The stones, th’ elapids and the void.

Yes, woman,
I wonder about,
Woman,
I‘m your hound,
Despise, and scream and shout,
Woman
I’m your ground,
Woman,
I’ll be your ground,
Always,
Always your ground…

Sacos de Plástico...

...São poluentes e desagradáveis e feios e vazios e barulhentos e incomodativos e artificiais e destrutíveis e efémeros...
E, quando ponho gente e sacos lado a lado, é este o meu directo pensamento: Nós, ditos "OS HOMENS", dispomos desta rara qualidade - ser BIO-DEGRADÁVEIS. O que há, demais, que nos distinga?

Dorme, Ò Português, Sem Preocupação...

Nas Crónicas do Jornal de Negócios (Online, 31/03/08) li esta meditação de Camilo Lourenço:

"António Borges disse ao "Público" que depois de se envolver activamente noPSD (em 2005), a Goldman Sachs, o banco para que trabalhava, perdeu os contratos que tinha com o Governo português. A informação circulava há muito nos bastidores da finança (jornalismo de negócios inclusive) mas tem a importância de ser confirmada pelo próprio. Até porque Borges, um dos melhores economistas e pensadores que Portugal tem, foi mais longe nas acusações: a Goldman nunca mais teve trabalho na áreado Estado, nem sequer em empresas onde a sua presença é minoritária ou onde tem 'golden-shares' (o desmentido do ministro, que até tem feito um bom trabalho, não foi esclarecedor).O episódio, demasiado factual, ilustra um dos maiores problemas da sociedade portuguesa: quem pensa de maneira diferente da linha oficial, fica a pão e água.Porque os tentáculos do Estado são longos. Muito longos. Pouco importa que as coisas se tenham passado com o PS no poder. O PSD, quando por lá anda, faz coisas parecidas. É típico dos países pequenos, dir-se-á. Não. É típico dos países onde as relações entre o Estado e a sociedade se regem por critérios de promiscuidade e impunidade (e ainda nos queixamos do nosso atraso crónico?). No caso vertente, o assunto legitima outra pergunta: se o Estado faz isto a uma instituição com o peso da Goldman, o que fará a outros "players"de menor peso?"

Camilo e portugueses, não percamos a calma! Já chamámos o tratador do Zoo. Não será (digo eu) por muito mais tempo que este Polvo andará aí à solta. -

Mas acordem na hora de eleições, pá!

30.3.08

Sobre a Arte do Festejo

Dos "Avatares de um Desejo" de Bruno Sena Martins (http://avatares-de-desejo.blogspot.com/), fomos roubar esta pérola de cultura futebolística sobre a arte de bem festejar e o handicap que infelizmente ainda revela nesse campo o nosso herói da biqueirada ao esférico, Cristiano Ronaldo (o original: http://avatares-de-desejo.blogspot.com/2008/03/ronaldo.html)
E a cópia:
«Após marcar um golo, Ronaldo hesita sempre entre a euforia, a pose majestática, a encenação da serenidade, e a comunhão colectiva. Como Cantona demonstrou, a pose majestática deve ser usada nuns poucos golos fantasmáticos e, sob nenhuma circunstância, desbaratada com golos de ressalto. Como Thierry Henry demonstrou (nos tempos do Arsenal), a encenação da serenidade exige uma stasis facial anatomicamente preparada. Quanto à euforia, ou bem que se tem um salto acrobático no portfolio ou mais vale rebolar e esbracejar, como uma criança, ao estilo do Inzaghi, um rapaz que tanto tempo depois continua à beira de um ataque cardíaco cada vez que põe as redes abanar. Já a comunhão colectiva exige que a diluição do heroísmo individual, no meio dos abraços suados, tenha um mínimo de sinceridade proletária, algo ao alcance de um Rooney, por exemplo.A Ronaldo não só falta uma escola estilística na hora de festejar o golo como, com tanto golo para ensaiar, mistura as escolas sem critério e chega ao extremo de passar por toda a paleta performativa num mesmo festejo (as caretas são uma inovação atroz). Ronaldo não é ainda um jogador completo.»

E para celebrar este post (que é um hino) o Gume sugere os seguintes festejos:



Sharapova no seu melhor...

Do Crítico Literário - Diário do Admirador de Lombadas...

Há quanto tempo já não leio um livro? A literatura inteira perdeu-se no tédio das minhas horas. Folheio as páginas, admiro os títulos, aprecio as capas. Tudo o mais me passa ao lado como ao homem casto é indiferente o desejo. A livraria, mesmo a mais modesta, é para mim um Museu. Entro, contente por ser domingo e eu não pagar a entrada - curiosamente é sempre domingo numa livraria, na minha hora de entrar. Contemplo as peças postas e tenho sempre cuidado para não lhes mexer. Se estão de frente penso: «Que capa bonita!», mesmo que o não ache. Muitas vezes não encontro meio (por mais que tente) de compreender aquelas obras em que (apesar do que eu considero defeitos) outros homens com nome (um nome mais sonoro que eu não tenho) vêm arte; mas se estão alí, naquele espaço sagrado, e se estão expostas é porque uma autoridade as entendeu e as considerou importantes e eu respeito sempre a autoridade.
Se os livros estão por ordem, na sua prateleira, percebo que estão catalogados, e que o modo correcto de estarem é exactamente assim como estão. E mesmo não alcançando a intenção do autor e o critério que o expositor escolheu (o que normalmente acontece), considero, um pouco mais alto, para que à minha volta me ouçam e tudo pareça bem: «Que rica lombada! Que ordem! Que perfeição! O artista estava embrenhado de rigor estético!» E, considerado isto, vou-me embora, agradecendo muito a tolerância e o cuidado aos curadores do Museu. É no fundo o meu método de abarcar a realidade de um livro. Porque o meu método transmite esse consolo agradável de uma calma sensação de segurança, mesmo que esse consolo, essa segurança, não sejam mais do que a consequência natural de uma continuada representação de que me acho quase sempre consciente. No fundo, não leio: passo e finjo que leio. Finjo que compreendo. Finjo que sinto como é suposto sentir ou, simplesmente, que sou realmente capaz de sentir. Finjo que gosto de gostar.

É também assim que faço com a vida...

Interpretação da Vida Segundo um Romance de Fiodor Dostoievski


O crime é o castigo.

29.3.08

Do Princepezinho (Uma Lembrança)

Sentiste hoje, Miguel, como estás velho. A conversa era trivial como qualquer conversa quotidiana. Depois alguém quis subir-lhe o interesse. Começou-se a falar de livros, dos melhores, dos eternos. "Le Petit Prince" de Saint-Exupéry não podia deixar de ser mencionado. Os que o leram lembraram os melhores momentos; e falaram, é claro, do elefante dentro da jibóia que os adultos, esses cegos confusos que buscam o coração perdido algures no final da infância, não reconheciam. E eu, muito sério, muito atento (como é meu costume), lembrei o desenho com eles. E só vi um chapéu… E sabes tu, meu espelho, qual foi a pior descoberta? Também eu busco o meu coração que está perdido, e nem sequer o sabia…

In-Descrição

A típica mulher francesa
(Que se deita sobre a mesa,
E se rebola em can-cans)
É quente como o lume:
Arde por dentro e por fora,
E incendeia, na hora,
Mesmo a carcaça malsã!

Porque sabe que as causas são maiores
Do que ideais de livros moralistas,
A tudo o que é moral, ela é imune.
Tomou como costume,
E só por seus amores,
Tomar conta de si, a Idealista!

Pinta por isso as unhas e os cabelos
Como quem pinta telas de Lautrec:
«Antes de mais, um estilo impressionista!
Senão o for, alors, cherrie, forget! –,
Explica com grande entusiasmo –
«Os outros estilos, nem vê-los!
Gaston, os meus chinelos!
Je part en voyage!»
É uma senhora culta, já se vê,
Que despreza o pasmo e o marasmo,
Mas, estranhamente, aprecia a bricolage!
Ainda que com outras variantes…

Mas vá, o importante
É constatar como ela vê a vida
E as várias incursões no quotidiano:
Presumivelmente presumida,
Ela é na verdade uma bacante
(No sentido mais clássico do termo)
Que faz sagrado tudo o que é profano
Do ermo mais distante ao outro ermo!

E há beleza em ver que os seus olhos,
Que se refractem em folhos
De luzes siderais,
Mudam comummente e em casos tais
Que acompanham a razão do seu humor:
Reflectem a alegria e o azedume,
O frio e o calor!

E a côr que têm sempre é divinal:
Por vezes de avelã,
Por vezes côr de estrume,
Um tom constantemente excepcional!

Se acaso quer passar despercebida
(Por ser reservada e muito humilde)
Pinta os seus caracóis de permanente,
De um loiro oxigenado fluorescente,
De modo a que ele brilhe um pouco mais…
Zela, claro, para evitar os excessos –
Que são muito banais…

O Coiffeur é Jean-Marie Clotilde;
A toilette é feita na Cremilde;
E o tailleur é o Gigi, um inovador,
Um génio da Couture e do Progresso!
Nascer em França, está visto, é do melhor:
E nem importa se isso tem um preço…

Também é de espantar um seu capricho
(Muito inocente, e casto, por sinal)
Em (de acordo com um método importado)
Fazer do seu humilde lar um nicho
De festas de «carácter social».
Como o quarto de Hotel é alugado,
Ou a mansão paga por um noivo rico,
Madame encolhe os ombros: «Não tem mal!»

O facto é que ela é impressionante:
Enquanto nos artigos das revistas
Surgem boatos de ser materialista
E até um pouco libertina,
Ela mostra ser espiritual
E até conservadora em demasia!
Diz que é a sua sina!

Gosta pois de respeitar
(E quem diria?!)
Uma tradição de traços extravagantes
De, através de um particular exibicionismo,
(Que considera o bastante),
Se tornar na figura dominante:

«Dominar – afirma – é um preciosismo,
E o preciosismo quer-se praticante!»

Aprecia (à margem dos sofismas)
Observar com cuidado os vários prismas
Ditos «introspecções da vida»
De forma simples, coesa e resumida,
Para não abusar do seu papel
De intelectual assumida,
(De que é deveras fiel)
E que abraça com ternura especial.

Tem como tese principal o “Positivismo”
E um “à-vontade” fora do normal,
Com um lato sentido prático
(E isto é um eufemismo!)
Das coisas e dos modos.
O seu raciocínio, arguto, nunca é estático:
Viaja, e pensa os casos todos!

E ainda assim, pobrezinha,
(Talvez por (lá no fundo!) ser sozinha)
Chora por tudo:
Mesmo quando perde o gato! –
Mas esse Entrudo já faz um pouco parte
Daquela arte do sentimentalista:

Adora o teatro, o palco , o drama,
A maquilhagem fantasista!
Gosta muito de ser protagonista
(E o seu enfoque tem chama!)
De qualquer tema sócio-filosófico.
Como qualquer polemista organizado
Distribui as suas elações
(Nome que dá a difamações e intrigas)
Por secções, por dossiers, por siglas,
Por títulos, por quadros e por tópicos.

Tem muito tacto.
Disserta sobre sexo ao desbarato
E plena de sentido solidário
Aceita como aluno qualquer tolo…
É um(a) turista praticante e regular
Com inúmeras hipóteses no rolo!

Autodidacta, fala muito:
– Um pouco de tudo –
E este tudo (este muito!)
Note-se o brilhantismo!,
Está, do povinho, acima, muito furo!

Gosta de estudar em secretismo
O perfil da Concubina do Futuro…

Apontamento Sobre Arte e Estética:

É estético o que suscita o desejo. A Estética é a disciplina da voluptuosidade. A Arte é indiscutivel, indubitavelmente adogmática. O dogma que agora estabeleço não está na Arte mas fora dela e é de fora dela que eu o constituo como parte integrante de si. Os frutos da árvore que ela é podem cobrir-se de propósitos universais, mascarar-se, talvez, de Humanitários, podem dar-se, alugar-se, vender-se, apelar às massas. Mas quem os morde e os sente, o sentido que têm ou não têm, o agradável ou repelente que suscitam, o conforto ou o asco, o belo ou o feio, são sempre de um único homem ou o juízo de um particular. Podem até procurar impôr uma apreciação, um valor, promovê-lo no quadro da importância social, dar-lhe estatuto de lei, incuti-lo no padrão social de Bom e de Belo, talvez até (grave ofensa à Arte), de Moral. Mas não podem, aquém da máscara social, controlar a reacção do indivíduo perante aquilo que vê.

Música que ouço em não sei que espaço, eu quero-te no meu quarto, queria, talvez, ter sido eu a compôr-te… Colunas de não sei que templo, essa imponência apela ao meu desejo de ter-vos como parte material da minha porta… Quadro de não sei que cores, as minhas paredes brancas pedem-te que as enfeites, que lhes tires a palidez quotidiana… Mulher, doce mulher, de um qualquer Deus, enche o espaço vazio da minha cama! Se eu te desejo, tens a toda a Filosofia, toda a Moral, toda a Estética que suporto e até de que preciso! Se eu te quero, se acordas com força o meu desejo de posse, então, objecto, iguaria, espaço, temperatura, corpo, ar, seja o que fôr, se eu te quero, se eu te tenho amor, és sem dúvida Arte e essêncial! E eu hei-de ter-te até que enfim me farte, e que voltes, de novo, a ser banal…

28.3.08

Sou Miguel, Mas Não Schumacher... Vamos Com Calma!

Deixei o carro ir a baixo 12 vezes, ia atropelando um polícia, segui um sentido proibido, pensei que o STOP queria dizer "Acelere", não cedi prioridade a uma ambulância em marcha de urgência num entroncamento em que ela a teria naturalmente (mesmo que fosse um carro de bois), vi verde no sinal vermelho, buzinei com o susto (3 vezes pelo menos) quando um cão a 7 metros do carro (contados a dedo) atravessou a estrada, bati ao estacionar num contentor do lixo e pedi desculpa à velha que me olhou com um ar de quem me achava doido. Para minimizar os estragos, tivemos de pôr a meio do percurso um sinal nos vidros com o aviso: «mulher ao volante». Pareceu-me ouvir junto a uns semáforos: «vai para casa, ò loira!» - mas com certeza não podia ser eu...

O instrutor diz que foi do sono. Eu dou-lhe razão - dormi tão mal esta noite, que vocês nem imaginam!!!
(9 horas é dormir pouco, não é???)

27.3.08

When Adam Saw His Mirror Which Lesser Men Call God

«What arst thou but clay?», God asked the Man...
Which he replied, «And thou
What arst
But movement of my hand?»

«What wouldst thou be
If I hadn't made for thee
A woman from my soul?»

«I would be Man
Exactly as I am
With someone extracted from my bones»

«Why don't thou kneel
Before my Greater Being?
Why don't thou praise?»

«The Time I own
Is all to what I feel.
I have no time to spare with mist and haze!».

«I am thy Lord,
Thy breath, thy lungs thy heart:
Thou arst no thing besides a slave!»

«I and thou,
My lonely makings are;
Life is my backyard, oblivion is thy grave...»

Legenda da Imagem: Detalhe de fresco no tecto da Capela Sistina (há quem lhe chame Cristina com alguma razão, ver pergainho 89L/25 da secção 3 da Torre do Tombo em Lisboa e fólio 934C/2008 da sala 4, prateleira dois, gaveta 1, do Arquivo Pessoal do Papa, no Vaticano, em Roma), da autoria de Michelangelo Buonarroti João Ferreira (de seu nome completo) que tem como título: A Criação de Deus (por Adão, claro está).

Breve História da Morte de Narciso

Tantos Homens que buscam o rosto de Deus! Mas será que existe esse ideal de bruma? Onde está ele? Onde está ele? Onde está ele?! Porque não nos defende dos horrores do Mundo, dos horrores dos outros, dos horrores de nós próprios? «É o Demo!, é o Demo!» gritam umas almas mais espantadas… É então o Demo o Senhor dos Vivos… Belo Deus Supremo que só consola os mortos! Convenhamos que é um Deus inteligente: é mais fácil consolar um cadáver… Sim… Os Homens buscam o rosto de Deus… e eu que finalmente o achei! Ainda lembro exactamente como foi… certa manhã de sol fogoso, em frente ao espelho… Foi o meu maior pesadelo… Era tão feio! Tão real! Tão acessível! Estava tão perto… Conheci então o horror da responsabilidade… Porque é tanto o esforço de albergar a divindade em nós! Foi por isso que Narciso se afundou nas águas: ele não se apaixonou por si mesmo como dizem. Narciso nem era muito belo… Mas certo dia foi ao lago matar a sua sede, pesando no seu coração a dúvida de todos os Homens, e viu o que buscava no lago em que bebia. Pareceu-lhe primeiro um outro, mas percebeu, porfim, que o rosto que contemplava era o seu. Como podia, ò perfídia!, ser possível ser ele mesmo toda a divindade? Como suportar agora a obrigação sublime de sempre agir bem, de ser Perfeito, de ser Justo, de ser Bom? Onde cabia nesta descoberta a segurança, o alívio, o repouso do erro?
E foi então que, embrenhado no desespero desta verdade inflexível, e incapaz de se submeter à alienação das crenças, Narciso contemplou uma vez mais o seu rosto, e, com uma expressão de assombro e ódio inconsumível, mergulhou furioso no cemitério das águas…

Hoje é Dia Mundial do Teatro...

...Feriado na profissão de ser. Retiremos as máscaras. Ajamos enfim naturalmente.

(Ao fundo, sobre o estrado eu vi a cair o pano, e ouvi, juro, um suspiro, nos bastidores do palco - O "homem-fantasma", finalmente, suspirou de alívio - reinterpreto, para servir o quotidiano, este refrão de Godinho:

"Nunca descansa, o homem-fantasma
e a gente espanta-se e a gente pasma
quando respira fundo, o homem fantasma
nunca é de alívio
quando muito será de asma."

«O Homem-Fantasma», Sérgio Godinho, album Panu-Cru, 1978]).

Assim,

HOJE É DIA MUNDIAL DO TEATRO. O HOMEM-FANTASMA DESCANSOU.
DESCANSA TU TAMBÉM...

"Dámutelemóbeljá" (ou Da Educação...)

Porque todo o blog que se preza (e que é prezado) fala nisso (de um ou de outro modo), o Gume vem satisfazer a vontade geral e debruça-se também, por algum tempo, sobre o Caso Dámutelemóbeljá (http://www.youtube.com/watch?v=5jubEHdCzYI).
Consideremos:
A Educação não é um valor per se, mas um comportamento. Não há valores em si, ou por si, nada é intrínseco às coisas senão talvez a matéria que têm e às pessoas senão talvez os genes. A imanência é um mito. A permanência é fruto da vontade ou da falta dela. A permanência de algo é por isso resultado de uma acção continuada ou da ausência continuada da vontade de agir. Tudo se transforma.
Os valores alteram-se. Os valores deturpam-se. Os valores corrompem-se. Os valores têm modas como as roupas e estações como a Primavera ou o Outouno. Os valores são relativos.
O comportamento não tem outro remédio senão ser o que é, isto é, o que mostra.
Neste caso tão polémico quanto ridículo (que não é senão uma ponta do icebergue do atraso da vida social e intelectual portuguesa), todos somos responsáveis. e todos temos algo a fazer.
Erradicar este comportamento não apelar à Ética, aos antigos valores, às tradições, nem fazer sermões. Erradica-lo, é tomar medidas, comuns à Escola do Bairro e à Escola da Vida: é cada um, por si (e em si) mudar o seu modo de agir. A acção é a melhor imanência que conheço (por não ter nenhuma).
À aluna, faltou vergonha (que é um modo de agir); aos pais, empenho; à professora, personalidade, discernimento - e um Ministério (Docente) decente a apoiar o seu trabalho com medidas visíveis e práticas e funcionais; aos colegas, iniciativa apaziguadora; e ao jovem realizador do telefilme difundido no youtube que deu origem a todo este zunzum, por dar longo discurso dizer o que faltou, deixo, no mínimo, estes 3 conselhos:

1- Tire um curso de dicção: essa forma de dizer as palavras é horrível (e não me refiro ao sotaque nortenho).
2 - Não falte às aulas de português e preste-lhes atenção: está seriamente a precisar delas.
3 - Tire um curso de realização: os ângulos de filmagem são deploráveis e a sua técnica de orientação da restante equipa de filmagem é de uma nulidade absoluta - não há elegância, não há oportunidade (sentido de), não há pertinência, não há rigor técnico, não há sobriedade, não há inteligência, não há sensibilidade, não há Arte, não há...

Educação...

Ffffffffffffffffffffffffffff... PUUUMM!

ELA: ...E foi então que ela me disse que o melhor era eu ter mais calma, senão... Não soube bem que dizer...
EU: Ah, não, eu é diferente, comigo já não fazem farinha, que eu cheguei-me logo assim um pouco à frente e disse: «Ò minha amiga!,...» e a ele disse: «Ò cavalheiro!,...» e o caso morreu logo ali... Não, não, comigo não...

(...)

Então Miguel, maior o sapo que o boi, até estoirares o sapo... Quando dominas esse ego???
Inspira, expira, inspira, expira... balde de água, silêncio, yoga, respiração profunda, meditação, reiki, terapia em grupo:
- Olá, eu sou o Miguel, tenho 29 anos, sou egodependente...
Qualquer desespero! Tudo! Tudo! Tudo!
Tudo, chiça!, menos tanta asneira!

Bom Senso e Bom Gosto

Não gosto do Sol.
Odeio a chuva.
O Sol abrasa o corpo
E mais do que comporto
Queima e turva. A chuva?
É confusão.
Que possa o Sol brilhar quando eu quiser
A um simples mover da minha mão!

Não gosto de jardins.
Detesto flores.
Jardins são terra arada
Contendo em si plantada
A vaidade dos Homens. Flores?
Ostentação!
Que as possa eu pisar quando quiser
E deixá-las desfeitas nesse chão!

Não gosto de animais.
Grotescas aves!
Animais são formas que respiram
Sem raciocinar. Deliram.
Só. Liberdade, as aves?
Sonho! Abstracção!
Que as possa apagar quando quiser
Do coração!

Não gosto do mar.
Repugno a terra.
O mar é o lugar da tempestade
Onde enjoo e naufrago. Felicidade?
Não existe. A terra?
Abençoada e fértil? Imaginação!
Que a possa cavar quando quiser
E por-me dentro em eterna hibernação!

Chop Off!

A tolerância é a capacidade de suportar o desagradável. Para uma personalidade susceptível pode mesmo representar a faculdade de suportar o intolerável. O susceptível cai portanto no ridículo por incursar numa contradicção lógica. É desnecessária a demonstração de um exemplo por ser do senso comum que existem exemplos. Isto é um modo político de dizer que não me ocorre nenhum. Ser tolerante é, como tal, uma qualidade rara e louvável, que suaviza as atmosferas, apela ao respeito colectivo e previne os conflitos. Que fazer, porém, quando a tolerância falha? Ou quando nos escapa, a nós, a capacidade de sermos tolerantes? Se pudéssemos às vezes (penso eu nessas horas), sem aplicações de leis, sem noções de culpa ou pesos na consciència, sem censuras, sem consequências, cortar umas quantas cabeças, esfregá-las na lama, deitá-las depois a uma fogueira e tomar calmamente um digestivo, como quem descansa o corpo de um trabalho e o alivia de uma má refeição…
É curioso notar o que pode, em cada pessoa particular, e em cada circunstância precisa e alterável, representar um alívio; e o que, por oposição, representa um fardo, uma tortura, um sufôco… Eu, por exemplo, sou de uma instabilidade assombrosa. E as contrariedades à minha personalidade, à minha natureza sensível, afectam-me profundamente, causam-me dores físicas e sentimentais, revoltam-me em explosões de raiva tão violentas que me assustam e envergonham. E, no final do espectáculo, sobra mais uma amostra da minha decadência e um engrossar do meu desprezo pelo Homem…
E o pior… O pior é essa desilusão amarga ao perceber que as minhas metáforas são inconcretizáveis. Talvez apenas por isso sejam metáforas… Mas a verdade é que a amargura fica, o ressentimento rói o nosso corpo, e o ofensor segue o seu caminho com um sorriso nos lábios e a cabeça nos ombros… E no entanto: Se é do acordo geral que decaímos, que fazemos do Mundo um armazém de excedentes, que o Futuro já não promete o esforço do progresso mas o da manutenção, que a Sociedade é uma pocilga que se alastra e não pede tolerâncias a ninguém, porque não avançar com o culto sério de cortar cabeças? É no fundo como retomar a ânsia déspota da Raínha de Copas, mas sendo nós, desta vez, quem segura o machado, para ceifar o crânio do Sistema…

Cosmogonia

Puras partículas partíveis
De um nebuloso ciclo de universos
Presos num constante movimento:

Eis-te leitor e eis o Homem -
Sombras sobre as horas que nos somem,

Prólogos de peças perecíveis,
Recitadas em sublimes versos
Por deuses do seu próprio desalento:

Planamos sobre as estrelas, num mergulho
Sorvemos a voragem do momento:
Onde cabe nisto o teu orgulho
Ou a pergunta deste pensamento?

"Um Pouco Mais de Azul - Eu Era Além..."

Eu vivi na antecâmara do Bom, com as mãos tocando o quase do sucesso; mas o meu fim foi o do mísero farsante que mendigou nos palácios da Fortuna e apodreceu na escuridão dos becos. Fui um pouco, assim, como o corsário afogado que lutou desvairado contra os furores das águas, roçando sempre os dedos nos ramos do arbusto que o levaria enfim à segurança da margem.

"Para atingir, faltou-me um golpe d'asa"...

26.3.08

Parem Tudo Que Agora Se Fez Ciência!

Uma revelação bombástica acabou de estourar nos círculos científicos: a minhoca terá sido o primeiro animal a fazer sexo! Exactamente, caro Gumoleitor, leu bem! A minhoca!, que é, para quem esteja menos familiarizado com a espécie, esse animalejo simpático e algo verde que surge do lado direito do ecrã a estudar afincadamente... o Kamasutra, pois então!
Ora, consta que, Mary Drover, uma diligente paleontólga da Universidade de Riverside, EUA, descobriu (e já explicamos como) que uma minhoca de cerca de 30 cm de comprimento, que vivia no fundo (mas mesmo lá no fundo) do mar há... 565 milhões de anos... pode ter sido (não se tem bem bem a certeza mas suspeita-se muito muito - afinal ainda só foi há 565 milhões de anos) pode ter sido, diziamos, o primeiro ser vivo a praticar sexo...
Isto é absolutamente notável e, por certo, a Comunidade Científica em particular e a Comunidade em Geral, que com um ou outro fim e por um outro motivo, se dedicam (parcialmente ou a tempo inteiro, a título profissional ou amador, em ou fora de ambiente de laboratório, de modo hetero ou homossexual, filmado ou não filmado, com elementos da mesma ou de diferentes raça, credo, côr ou espécie), à muito nobre, útil e antiga (chiça que a frase é longa!) actividade do coito, terão a notícia em grande consideração.
Como explica Mary Drover no seu artigo públicado (veja-se bem!) na conceituada revista Science, o ecossistema da Terra já era muito complexo na Era Neoproterósoica (como sabem, esta Era é buéeeee antiga, tipo, tás a ver, buéeeess lá para trás), altura em que surgiram os organismos multicelulares - e isto está cientificamente documentado, que eu já vi até uma ou duas referências a este assunto numa novela da TVI.
O que é extraordinário, salienta Drover, é que até hoje reinava a impressão (científica) de que os primeiros organismos celulares eram simples e que as estratégias de sobrevivência, reprodução e crescimento haviam surgido apenas alguns anos mais tarde (tipo uns 10 ou 20 ou até 100 milhões de anos mais tarde, o que, em termos de tempo, é tótil, tás a ver??).
Drover, baseou a sua epifania (científica) nuns fósseis que encontrou gravados na pedra com o rosto da Virgem Maria... (pedimos desculpa, uma correcção, comunicam-me agora que afinal não era bem pedra nem havia bem um rosto, nem era bem da Virgem, que nem era bem virgem e nem se chamava bem Maria...)... mas enfim...
Ao achar os fósseis da minhoca Funisia Dorothea (que toda a gente conhece lá no bairro e com que com certeza o leitor gúmeo está familiarizado) algures no deserto da Austrália (portanto, já aqui ao lado, logo a seguir à curva para Cabeças de Baixo), esta cientista descobriu que este fascinante organismo tubular dispunha já, no seu kit de sobreviência biológico, de instrumentos que permitissem o crescimento e a reprodução (coisa de pasmar num organismo vivo!!!) tal como acontece com os invertebrados actuais.
Ora, isto é notável!!! Eu nunca pensei, por exemplo, que os meus tetra-tetra-tetra-avós (elevado a n), pudessem, como eu, gozar dos privilégios de uma estrutura óssea, mesmo que um pouco a tender para o marreca!!!
Outra descoberta importante, que advém desta descoberta inicial de fóssil de minhoca neoproterosóica, é que já sabemos onde esta diva da arte do coito filmado profissional (vulgo rameira de filmes porno [falamos da inigualável Jenna Jameson]):


... aprendeu a sua arte: no manual da minhoca neoprot...! bom, vocês já sabem o resto, que esta porcaria de nome ainda custa a escrever...

O Gume, porém, reflecte:
Não ficará este tipo de informação muito mais apropriado em exposição num museu? Porque, pelo amor da santa!!! Se este fait-divers de novela mexicana constitui uma notícia científica digna da revista Science, o Gume vai já enforcar-se e depilar as pernas, exactamente por esta ordem!!!
Quem sabe, não conseguiríamos assim provar a existência de fenómenos paranormais??? Por exemplo! E isso sim era tótil men! e digno de nota, e merecedor de registo na revista Science!

E para não perdermos mais tempo, vamos já pôr mãos à obra: depiladora, uma cadeira, um varão, uma corda...

(...)

Aos mais susceptíveis, um recado de reassossego: na eventualidade de ficarem provados tais fenómenos, nada a temer. Tem telefone? Perfeito: Who you gonna call?...




The Ghost Busters, oh yeah! Eles comem tudo,/ eles comem tudo,/ eles comem tudo/ e não deixam nada! Nem uma minhoca!

(Obrigado Zeca!)

Diggin'

I’m alone,
And my loneliness eats me within;
I carve in stone
All my dreams, but in vain, so it seems.
Light me up,
Reach to me your unreachable self,
Wish me luck,
I’m extinguishing lives that I felt:

Until my being finally’s gone to hell,
‘Till my being finally’s gone to hell,
There I know that I’ll be doing well,
There I know that I’ll be doing well…

I’m a hole
With aÿÿlight imÿÿession of void;
Light my soul!
Iÿÿyou burn me up I may feel joy!
Carve in me,
With your fingers, your heart and your dreams;
Stuck on me!
Nail your selfish self to my lost being!:

And be sure you’re there until the end begins,
Be sure you’re there until the end begins,
We’ll get life form life ‘till it finally screams,
Get life from life ‘till it finally screams –

Why must it be one’s never what one seems?
Why must it be we’re stillness as our things?
Must we prevail through ages as a Sphinx?
Must we accept we don’t mean anything?

I’m all alone,
I’m all alone,
God, why are you filling my heart with these stones?
Are you feeding thyself with my bones?

So dig in me another hole…
Grump on my flesh and never let me go
Yes, on my flesh, don’t ever let me go,
Dig in me another hole!

Depois do Acto de da Culpa

O arrependimento do culpado oferece ao ofendido o consolo da humilhação de quem o maltratou. Mas raramente é o móbil do perdão. Algures no injuriado, aloja-se ainda a bala do ressentimento, não dando aso a qualquer desculpa. Por isso, os que mais perdoam, estão normalmente a mentir ou conseguiram o dom da indiferença.

O Gume Foi Ver.. 10.000 A.C. ...

...Um filme de agora, sobre o tempo das paliçadas (mas que não mostra paliçadas), na terra onde Judas perdeu as botas: isto é, lá longe.
É uma obra de 2ª, com argumento de 2ª e actores de 2ª... quer dizer... Evolet (Camilla Belle) é uma actriz de 1ª categoria: tem um talento enorme, que se reflecte nuns bonitos olhos azuis (ou umas bonitas lentes de contacto, mas não interessa), umas linhas dramaticamente muito convincentes, uma aura de Ofélia shakesperiana encantadora (sem a vertente do suicídio e com um bonito momento de ressureição muito adequado a esta quadra "Pascoal" - espero não ter contado o fim a ninguém) e umas curvas de fazer arrepiar um morto!
E também de 1ª categoria são as gargalhadas que o realizador nos oferece.
Além disso, 10.000 A.C. é extremamente didáctico. Com este filme aprendemos que há muitos, muitos anos havia um povo além das montanhas chamado Yaghul que tinha uma feiticeira que às escondidas fumava ópio e por isso via coisas. Este dado não é novo mas demonstra, de forma reveladora e inequívoca, como desde sempre Política e Religião se acharam interligadas: pelo delírio oferecido por uma boa droga.
Aprendemos que os homens de 10.000 A.C. e arredores temporais conviviam com galinhas gigantes chamadas galinhossaurus ou algo assim parecido, que subiam árvores, tinham mau humor, e que papavam com gula e prazer tudo o que lhes surgisse à frente, inclusive homo sapiens (quase sapiens duas vezes) cabeludos e a cheirar mal que tresandavam; e estes bichinhos simpáticos (cronologicamente falando) eram companheiros da civilização egípcia, conquistadora de aquém e além deserto e viajante do Nilo.
De facto, aprendemos que os egípcios "voavam sobre as águas", isto é, andavam de barco (coisa de pasmar!) para angariar escravos com que iriam construir as Pirâmides de José, perdão Gigé, gaita, Gizé (ou Gisé?) que eram feitas com belas rampas de calhau, muita força braçal e... Mammuks!!!!
Os Mammuks são os protótipos dos Mamutes modernos, que são os protótipos dos elefantes contemporâneos, que são os protótipos dos paquidermes mirrados actuais que por milagre ainda se encontram aqui e ali em partes africanas e asiáticas do nosso planeta mas em acelerada situação de extinção. A estes Dumbos com que tanto simpatizo (e que já conheceram melhores dias) o meu abraço.
Conseguimos ainda perceber, com 10.000 A.C., que os egípcios foram os inventores dos snobs e dos travestis, que gostavam de se pintar dos beiços até ao rego e de usar unhas artificiais maiores do que o meu fémur (que já tem um tamanho assaz considerável).
Depois desta riqueza de informação histórica, muito educativa, os efeitos especiais ainda são do melhor do filme (para além das gargalhadas e da nossa Evolet já anteiormente referidas) e eles dão-nos ainda o prazer raro de ver um grande Tigre-Dentes-de-Sabre no seu habitat natural, sendo este Tigre-Dentes-de-Sabre protótipo do tigre moderno, que é protótipo do felino contemporâneo, que é por sua vez um protótipo do mirrado gato actual que por milagre ainda se encontra aqui e ali em partes africanas e asiáticas do nosso planeta mas em acelerada situação de extinção.. A estes bichanos com que tanto simpatizo (e que já conheceram melhores dias) o meu abraço...
10.000 A.C. explica ainda a Génese do 1º Herói da Humanidade (o primeiro a conseguir, guiando-se pelas estrelas, fazer um Lisboa-Dakar, a pé, mas partindo de Ceuta em vez de ser de Lisboa para não ter problemas com a organização francesa)e diz-nos que o seu nome foi D'Leh, que deu depois origem, além galáxia, ao Jar-El (a.k.a Superman!), e no mundo da contabilidade e auditoria, à Super, Extraordinária, Insubstituível, Incorruptível (a quem nada escapa) Deloitte - onde tudo é visto, revisto e como tal aprovado, mesmo que com algum... delay... (por favor, haja alguém que regue esta piada porque a pobre morre de sede, pede-se uma alma caridosa à caixa central, etc., etc. - mudemos de parágrafo).
10.000 A.C. aborda o tema da divindade (questão antiga da Humanidade que o Gume voltará a abordar com maior pormenor) e, falando do Sublime, mostra-nos deuses todo-poderosos, imortais e inabaláveis, que afinal eram homens, perecíveis e tinham pés de barro. Coisa estranha! Sempre pensei que houvesse deuses a sério!!!
E, além da...


Evolet, Evolet, Evolet,
once my eyes have seen you, how could they forget?!,




fica, como digna de registo, esta apreciação/consideração final:

10.000 A.C. mostra-nos que, há 12.008 anos atrás, os homens também choravam... E ainda assim podiam ser heróis...

(Desculpem-me, mas desta vez o Gume verteu uma lágrima. E se ele é heróico!)

25.3.08

Dai Voz ao Gume! (E a Outros Gumes)

Uma Homenagem...
...Porque simplesmente me lembrei de...
Martin Luther King...


"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."



Se isto não é um homem (reinventando Primo Levi),
não sei então que será (nem quem o será...)

Cartoon: O Gume Explora a Crítica Literária e seus Inefáveis Arredores. Diálogo Curto e Grosso (De Muito Bêbedo)

– O Eugénio tem uma poesia muito iluminada.
– Que quer isso dizer?
– Que tem muita luz; que é uma poesia muito branca!
–Ah… Nas páginas ou nas ideias?

Comigo me Desavim[1]

Estava eu sentado à beira do Abismo
Quando veio do fundo a Fúria de um Sismo:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.

Sentando-me à beira de uma Ravina
Veio um grã Tornado a tolher-m’a Vida:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.

Quando veio do fundo a fúria de um Sismo
Tremeram-m’as mãos com’um Cataclismo:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.

Veio um grã Tornado a tolher-me a Vida
Por achar minh’Alma a sonhar desabrida:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.

Tremeram-m’as mãos com’um Cataclismo
E o Coração é só Ocultismo:
E eu aguardando o que não está comigo,
E eu aguardando o que não está comigo.

Por achar minh’Alma a sonhar desabrida,
Veio um Monstro grande que me fez grã f’rida:
Ah!, E esse monstro vivia comigo,
Ah!, E esse monstro vivia comigo!

[1] O título é, como poderão reconhecer, um verso de Sá de Miranda.

Da Compreensão

Compreender qualquer coisa implica primeiro elevá-la ao título de pessoa. O objecto que eu estudo ganha vida sob o meu olhar atento. É por isso que há homens que têm medo das coisas e nos surgem por vezes com grandes marcas no rosto: Foram mordidos pelas suas crenças em momentos de desatenção.

Filosofia no Escuro

a) – Será a Vida o Pecado Original?
– Será a Morte a Absolvição Final?




b) O Misticismo é o perfume das coisas…

24.3.08

Quo Vadis, Portugal?

Resposta ao PNR:


Portugal, emigra!

Get Along As We Fool You

Blood builds one alliances,
We’re related through our veins;
Let’s crucify these vows:
We use our arms for nails,
For cross these tables…

We cry we have no limits,
But we put limits to ourselves,
Moral has lost its meaning:
So may we use a revolution like an ideological Hell:

Mr. Bosch,
Don’t you blush,
Are you joshing me?
What a dark picture!
Can’t you see
We submit
To accomplish that transcending spirit?
Can’t you picture it?

Said please! – I’m so stuck and so damned!
Oh, please!, what the fuck! Don’t you care?!

Painful Philosophies
N’ casual conversations
Don’t apply to my appeal
For Knowledge n’ Redemption

(Oh, I’m so tired!),

Listen to the classics
As classical guitars in divine concerts;
My Theory of Ideas, said Plato,
Will rise above those concepts,

(Oh, I’m so bored!),

Oh!, Don’t you dare to disagree!,
Shut up n’ get along!…

Mr. Hittler,
Life is bitter
Than you have configured;
Can’t you see
We exist,
Like a flee,
To suck from life our breathing?
Ain’t it clear?!

Oh, said hold! Sad cold mother-fuckers beware!
I said Hold! Sad cold mother-fuckers don’t dare!

Now, Love, see our alliance:
We’re related through our veins
And we’re stuck to circumstances
That we alone created.

The secret of our hate, Love,
Is that we never show regret:
My wishes are all upon you,
N’ God! I wish you were dead!!

Mr. Cupid,
Are you stupid?!
What is your idea?
Can’t you see
We submit
To amuse ourselves?
And what is that of Karma, dear?

Said Please!, we’re confused!, And, what’s the rush?!
So Please, please amuse me! To drink is not enough…

We gotta eat the cup!!!

But stranger feelings grow
With alcohol and Goëthe.
Let’s chill out those infuriated spirits
By diving all their senses/censures into water.

Conflicts of ideas
Are spitted out in rage.
Concepts hysterias
Are yellowed like complaints.

Mr. Kant,
It’s so grunge, now,
That kind of literature!
What a dark reading!
Can’t you see
We exist,
As the sea,
And nothing else has meaning?

Said Cheese! Give a smile! Why so bored?!
Oh Please! Keep it cool!

Get along as we fool you,
Get along as we fool you,
Get along!!!

Get along as we fool you, get along,
You’re deep down while I’m feeling so strong,

Get along as we fool you, get along,
You’re deep down,
While I’m feeling so strong…

How many more fools will sing this song?