1.4.08

1 de Abril

Hoje acordei muito bem disposto; três suecas e uma dinamarquesa apareceram-me aos pés da cama e fizeram-me uma massagem completa, uma italiana escultural trouxe-me o pequeno almoço, uma brasileira vestiu-me, saí, o Jarbas já me esperava, o Ambrósio abriu-me a porta do carro, O Gaston levou-me ao trabalho no meu Rolls Royce (o trabalho era descansar na praia e ver o Verão [que chegou mais cedo] a passar de biquini), pelo caminho vi o Sócrates de ceroulas a correr pela rua com uma placa ao pescoço (frente e verso) a dizer: «EU SOU UM DITADOR RIDÍCULO», banhei-me, bronziei-me, regenerei-me, vivi como um Lord e fiz-me Rei em toda essa nobreza, saboreei o supérfluo, voltei a casa onde um harém me esperava em ânsia e êxtase, fui sentado, fui deitado, fui tratado, fui despido, fui servido, fui vestido, fui amado, fui mimado, fui querido, vi um filme da minha vida eterna, repousei nesse intervalo de ser, e voltei para a cama (que é de seda) dormir sobre outro dia de prazer...

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Disseram-me que mentir fazia cair os dentes. Mas parece que, neste dia, a Moral abriu uma excepção. Espero que efectivamente assim seja - não contava usar placa antes dos noventa...

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