6.6.08

Soneto de Conforto da Tristeza

Não plantes flores, que as flores são pesarosas,
Não ponhas novas esp'ranças nesse jarro;
Não dês mais beijos, lenços, lírios, rosas,
Não deites combustível nesse carro.

Morreu, está morto. A vida não regressa.
Se foi, já foi; não volta nunca mais.
Toma outro banho, sai e recomeça.
Outros virão, os dias, mais normais.

Cada tristeza tua é uma núvem
Que ofusca o céu da alma por instantes
Até se abrir de novo noutro sol.

Cuidado com os sentidos que confundem.
Sentir agora é já diferente de antes.
Não deixes ser mortalha o teu lençol.

4 comentários:

Kohinoor disse...

Bonita gumada.
Gostei! :)

Miguel João Ferreira disse...

Obrigado, L.
A tua pedra cá te espera. Abraço.

RayaDreams disse...

Gostei :P

Miguel Joao Ferreira disse...

Obrigado, Rd. A tua visita é ainda mais importante do que teres gostado. Volta sempre :-)

Gostei do Terra do Nunca :-)