A Autoridade para a Concorrência viajou hoje até ao Parlamento para apresentar o seu relatório sobre a chamada "Crise dos Combustíveis" devido ao incontrolável (parece) galope dos preços. Os esclarecimentos foram aqueles que já conhecíamos (e que, conhecidos,, não convencem): É a crise que é assim, imprevisível; e que tem como origem aquelas dificuldades da desvalorização do dólar com a valorização do barril, e a dificuldade da tempestade na Índia, do tsunami na Tailândia, do terramoto na China, do conflito no Iraque, do miolo americano, do robot japonês, do casamento do Presidente francês com a cantora-modelo, da constipação do Presidente do Banco Central Europeu e do bolso muito largo dos seus vizinhos e amigos. Ora, face à natureza de tais esclarecimentos um tanto ou quanto obscuros, o Gume está em crer que a Autoridade investigou este caso com a mesma profundidade com que nós investigamos a criação de bolhas durante a cozedura da sopa de grão de bico. E esta observação origina ainda a seguinte pergunta: se a Autoridade para a Concorrência não descortina exercício abusivo de especulação, inflação e aplicação de preços por parte das gasolineiras e dos monstros do combustível e seus derivados quiímicos e poluentes, se contribuem com pertinente obtusidade ocular para o monopólio desses gigantes da corrupção do exercício económico e da ética de mercado (conceito claramente démodé), acaba por colocar em risco (num acto de coragem ou invulgar estupidez) o tacho em que se alimenta, ao provar-se completamente supérflua, ornamentária, inútil.
Sabiamos já que não era Autoridade de coisa nenhuma. Confirmamos agora que lhe escapa também o talento da representação. Se até a Arte da Mentira começa a perder gaz em Portugal, o Futuro faz-se ver assustador! E com crise ou sem crise, não nos salva, nem a peso de ouro, o mais refinado combustível...
3.6.08
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