Menina
Descalça
Na praia
Realça
As conchas
Do mar.
Menina
Morena
Na noite
Serena
As ondas
Do mar.
Mimosa
Menina
Sorrindo
Caminha
Na água
Do mar!
Que importa
Se é fria?
Que interessa
A agonia
Se posso
Bailar?
E da Ilha
Do Fogo,
Se a música
Se ouve,
Começa
A dançar.
Se há
Desavença,
Na calma
Contempla
O claro
Luar.
«Ser livre
Ou fugaz!
Ter tanto
De Paz
Como d’água
O mar!»
Quão nobre
Desejo!
Mas, oh!
O que vejo
É tão
Invulgar!
Se alguém
Cai por terra
Ninguém
O alegra
Ou vai
Ajudar.
Perdendo
Uma mão,
Se noutra
Há valor,
Já lha vão
Cortar.
Que Mundo
Pagão!
E o senso
Cristão?
Perdeu-se
No ar!
Mas da Ilha
Do Fogo,
Se a música
Se ouve,
Começa
A dançar.
Se há
Desavença,
Na calma
Contempla
O claro
Luar.
Menina
Na chuva
Abraça
A espuma,
E os corais
Do mar.
E por entre
As algas
E os búzios
Desfralda
Sorrisos
Sem par.
«Menina,
A vergonha!
Juízo!
Componha
A saia,
O colar!»
Mas ela
Alheada,
Mergulha
Entre as vagas
E deixa-se
Estar.[1]
E da Ilha
Do Fogo,
Se a música
Se ouve,
Começa
A dançar.
E se há
Desavença,
Na calma
Contempla
O claro Luar.
E da Ilha
Da Calma
Onde a Praia
E a alma
São um só
Lugar,
Ela brinca
Com a vida
E na areia
Fina
Começa
A sonhar:
«Ser como
Esta Ilha,
Conter
Maravilhas,
Voar
Como as aves!
Manter
A Esperança
De ficar
Criança
Pela Eternidade.
Não ter
Pesadelos
E ser
Tudo Belo
Como azul
O mar.
Poder
Ser a sério
Este céu
Etéreo,
Não ter
De sonhar…»
E da Ilha
Do Fogo,
Se a música
Se ouve,
Começa
A dançar.
Se há
Desavença,
Na calma
Contempla
O claro
Luar.
Menina
Descalça
Na praia
Realça
As conchas
Do mar.
E brinca
Com a vida,
Na areia
Fina,
E põe-se
A sonhar:
«Não ter
Pesadelos
E ser
Tudo Belo
Como o mar
Azul.
Poder
Ser a sério
Este céu
Etéreo,
Não ser
Um paul…
Mas é tudo
Triste,
O azul
Não existe
No mar
Mas no céu.
As coisas
São feias
E as pessoas
Cheias
De angústia
E de breu.
Por isso
É o Silêncio
Que guardamos
Dentro
E nos faz
Pesados,
Por isso
Vestimos
Estes fatos
Pretos
E muito
Apertados.
Mas na Ilha
Do Fogo,
Há música!
Ouve!
Só tens
De dançar!
E se há
Desavença,
Na calma,
Contempla
O claro
Luar!
A dor,
O que importa,[2]
Se o Azul
Existe?
Vem ver,
Vem amar!
Há dor?
Não importa…
Porque em rir
Consiste
Viver,
Respirar…
E na Ilha
Do Fogo
Há música!
Ouve!
É dançar,
É dançar,
É dançar,
É dançar,
É dançar,
É dançar!»
[1] Nota do Autor: Versão brasileira: Se deixa/ levar.
[2] Nota do Autor: Versões alternativas: a) A dor?/ Que me importa?, ou b) Onde/ Qu'importa?, etc.
Que cada leitor escolha a sua preferida. Aplique-a após a escolha: SEJA A SUA PRÓPRIA VIA. Leu o texto? Mudou o texto. Mudou o texto? Fez poesia…
15.3.08
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